quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A Aposta de Pascal



Eis que um dia Blaise Pascal, aquele matemático, teve um pensamento:

  • Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, será beneficiado com a ida ao paraíso.
  • Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, não terá perdido nada.
  • Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada.
  • Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, você irá para o fogo eterno.
(Tirei da Wikipedia)


A noção de "não perder nada" me soa estranha...

Mas o que mais me chama a atenção é que a Aposta de Pascal só se baseia no medo do pós-morte. Prova da influência grotesca das religiões no pensamento dele.
Dentro dos padrões adotados por Pascal - a existência ou não de Deus e a crença ou não nele - fica claro ser vantajoso acreditar, digo, apostar, na fé.
Porém, a aposta é igualmente eficaz se modificarmos a variável "Deus" por qualquer outra coisa que tenha poderes de nos julgar após a morte - desde um panteão de deuses de qualquer cultura politeísta até o "Cordão de Prata" - que eu mesmo criei.
Como a chance de ganhar a bolada - tocar harpa e cantar ou beber cerveja, guerrear e fornicar - é a mesma, qual devemos escolher?
A religião da maioria? Ou a que, por um acidente histórico-geográfico, algum familiar nosso segue?
Prefiro apostar minhas fichas por aqui mesmo; na lealdade, no amor; quem sabe até na Justiça?

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