segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Retrospectiva de Merda





Todos os eventos relevantes (segundo a minha pessoa, o que põe em dúvida a qualidade e credibilidade jornalística desse post) do ano de 2009, comentados de maneira muito questionável.


CINEMA:

- Bastardos Inglórios: Filme do ano. Quentin Tarantino continua sendo o cara. Segunda Guerra Mundial com Hitler morrendo metralhado taí pra confirmar que a ficção é muito melhor do que a realidade.

- Avatar: Muitos clichês, mas mesmo assim, filme foda. A história é boa e os na’vi são do caralho. Já tá na hora de lançarem um pornô temático com eles, aliás.

- Atividade Paranormal: Filme estilo Bruxa de Blair e REC, muito bom. Me deixou agoniado como há muito tempo não ficava assistindo filmes de terror.

- Watchmen: Do caralho. Muito foda mesmo, melhor filme de herói de todos os tempos. Comprei a HQ e é mais foda ainda.

- Lua Nova: Continua a saga da menina que deve escolher entre praticar zoofilia ou necrofilia.

O resto foi uma merda. Próximo.


MÚSICA:


- “Morte” de Michael Jackson. Porra, alguém acredita mesmo que esse cara morreu? Anuncia uma turnê fodida de que ninguém tava ouvindo falar. De repente morre do coração, a turnê é cancelada, os ingressos viram itens milionários de colecionador, tem um documentário prontinho todo editado a respeito dela, ele vende CD e DVD igual um puto... Tá junto com o Elvis em algum lugar.

- Michael morre e Lady Gaga aparece, pra manter o equilíbrio de celebridades bizarras. O ser humano que mais se esforça pra ser um alienígena, depois do cara do Avatar. Mas eu pegava mesmo assim.

- Felipe Dylon, Luiz Caldas do axé, e Hudson do Edson & Hudson resolveram que são metaleiros. Os próximo são: Chimbinha, Stefhany CrossFox, Dado Dolabella (vai trair o movimento punk), Mc Créu e a puta que pariu.

- AC/DC fez show no Brasil. Eu não fui e preciso acreditar que foi uma merda.


POLÍTICA

- Barack Umbanda recebe a posse no início do ano, e mais pra frente ganha o prêmio Nobel da Paz. Só de sacanagem, depois disso, resolve mandar mais 30.000 soldados pro Iraque. Eu faria o mesmo.

- Conpenhague: Líderes mundiais se reúnem pra bater um papo, contar uns causos, tomar umas biritas e jogar Playstation.

- Silvio Berlusconi, o ministro malandrilson, leva porrada. Duas prostitutas holandesas prestaram socorro médico ao político assim que chegou em casa.

- Movimento Fora Sarney. Para a atual geração, protestar significa falar mau no Twitter. Quando resolverem ir com tacos de beisebol e armas de fogo pra levar aquela porra de Brasília abaixo, me chamem. Faggots.

- Arruda desvia verba e é acusado de corrupção. Argumenta que é pra comprar panettone pra galera. Desculpa aí, cara. Foi mau mermo.

- E mais de um monte de merda e corrupção, com direito a escândalo envolvendo Collor (aquele que foi o único da história brasileira deposto da presidência? E que o povo foi sagaz o suficiente pra dar outro cargo político pro cara? Ah tá), mensalão em Brasília e o caralho. O lance de tomar a capital ainda tá em tempo.



ESPORTE

- Rio de Janeiro escolhida como sede das Olimpíadas de 2016. Pra comemorar, a galera do complexo do Alemão manda um míssil em um helicóptero da PM. VAI BRASIL!

- César Cielo ownou todo mundo e ganhou uma porrada de medalha. Michael Phelps não participou de nenhuma dessas competições. Galvão Bueno e a Globo não estão nem aí.

- Fluminense, numa cagada incomensurável, conseguiu se manter na Série A. As tiradinhas do Tadeu Schimidt, apesar de despertar nas pessoas o mais sanguinário dos instintos assassinos, acompanhou o time durante todo o processo. Haja coração, amigo!

- Flamengo foi campeão depois de muitos anos. A Globo enaltece Andrade, e diz como foi injustiçado e apagado anteriormente pela diretoria do clube e pela mídia, ignorando o fato de que ela própria é a mídia. Depois do título, sem ter o que passar, o Globo Esporte exibe um mês de especiais com as famílias dos jogadores, comissão técnica, cartolas, faxineiros e gandulas do clube.

- É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET, É O PET!!!

- Andrade declara amor ao Flamengo. Depois ameaça abandonar aquela porra toda se seu salário não fosse quintuplicado. Boa, garoto!

- Barcelona vira bonito pra cima do Estudiantes e é Campeão mundial. Por isso...

- Messi é o melhor do mundo.

- Sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2010. África do Sul sifu bonito. A cara de cu do Parreira permanece em minha memória até o presente momento.

- Rubinho dá esperança de título, deixa a galera confiante, e na hora H amarela. Pra completar, joga uma mola na cara do Felipe Massa. Esse cara é o Sergio Mallandro da F1.


GERAL

- Gripe Suína fez o mundo trancar o cu durante meses. O primeiro passo da vingança dos mexicanos contra os EUA.

- Vôo da Air France cai no Brasil. Pauta pra três meses de Jornal Nacional.

- Surge Theo Becker n’A Fazenda. Até agora não se sabe se ele tem sérios distúrbios mentais ou se é mais Sérgio Mallandro do que o Rubinho. De qualquer maneira, esse é irmão desse e esse é irmão desse, leque. TU NUM AGUENTA COM UM CAMINHÃO!

- Ana Maria Braga se veste de Madonna e causa insônia, pesadelos e tentativas de suicídio em 86% da população brasileira.

- Popularização do novo câncer da Internet, o Twitter. É só chegar na mão de brasileiro que o negócio fica bom. Xuxa mandou todo mundo pro inferno e disse que a Sasha foi alfabetizada em inglês. Ashton Kutcher falou que o Sarney é problema nosso e ownou o Marcos Mion.

- Novo Orkut. Caguei um quilo certo.

- Muitas mortes bizarras: Leila Lopes, Lombardi, o cara que escreveu a música que diz a moda agora é namorar pelado, Clodovil...

- Susan Boyle ganha o mundo. A necessidade do ser humano de ser zoão agora passa a produzir ícones mundiais.

- Geysi Arruda vai de vestidinho pra facul. Os outros alunos sofrem alterações mentais e acreditam que voltaram momentaneamente aos anos 30 e chamam ela de puta. Uma semana depois, ela está no Fantástico e vira celebridade nacional. Bem que ela podia ser mais gostosa, né?

Enfim, crianças... como diria Zakk Wylde, “Same old shit, Just different Day and year”. Estaremos aí na Merda em 2010. Merdas diferentes das de 2009, mas sempre e inexoravelmente, merdas. Feliz ano novo pra meia dúzia de pessoas que perdem tempo neste blog. Felicidades e até ano que vem!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Prova



Para não deixar o blog às moscas, resolvi publicar este conto que escrevi no terceiro ano do ensino médio:

Seis da manhã, João Paulo acorda, se arruma e corre para o ponto de ônibus com um pedaço de pão na mão. Ele chega no ponto e nem se importa com o fato de que todas as pessoas à sua volta estão rindo dele. Ele acaba de perder seu ônibus, e terá que esperar o próximo.
Sem muita demora seu ônibus chega, e João Paulo, que apesar da adrenalina que corre em seu sangue pelo fato de estar atrasado em relação ao seu planejamento de horários, sente seus óculos pesados por ter estudado a noite-quase-inteira. Entra no ônibus sentindo-se bastante inseguro para com a prova.
Faz um ano que João Paulo começou sua rotina de estudos, porém ela nunca foi o que se pode chamar de regular, mas ao menos ela existia. Estudava pouco, porém, com intensidade, mas não resistia às tentações de jogar seu vídeo-game, de assistir sua série preferida na tv, ou de tocar seu violão, que ele nem sabia tocar.
O ônibus chacoalha, passa por buracos, mas não são os buracos na sua mente, que parece estar mais branca do que essas roupas de comerciais de sabão em pó, são os buracos no asfalto, que seu governo não cuida como deveria. "Ôpa!" - diz uma passageira, após o ônibus dar uma freada brusca. Ôpa, agora sou eu, é o ponto de João Paulo.
João Paulo entra na sala de provas, ouve as instruções, abre a prova e começa a responder as questões com uma velocidade boa, mas não só velocidade, consciência também. Meia hora após o início da prova, o ritmo de João Paulo caiu consideravelmente, até que chega o gabarito.
Algum tempo depois, João Paulo já está em casa corrigindo sua prova por conta própria, e bem convicto de que obterá sucesso, já que ele tem quase certeza de que acertou várias questões: "a maioria pelo menos" - diz ele à sua mãe, que está curiosa com o resultado do filho.
Três semanas e meia após o exame, sai a lista de aprovados, e reprovados também. A mãe de João Paulo pesquisa o nome do filho, para não ter que ler a lista inteira. E lá está: João Paulo - Reprovado. Ela se entristece por um instante, mas depois passa.
Primeiro dia de aula depois do resultado da prova e João Paulo encontra um de seus amigos que pergunta: "Pôxa cara, por que você não conseguiu?". E a resposta de João Paulo:
-Cara, a prova estava até fácil, mas tinha uma menina que não parava de fazer barulho com seus lanches, minha caneta falhou, eu estava com fome e eu nem queria passar, não muito. Fiz a prova mais pela minha mãe.
Tudo o que ele disse, do início ao fim, foi a mais pura, clara, límpida, e destilada, mentira, e por mais que ele tentasse demonstrar que não estava abalado, interiormente ele tinha ciência de que havia fracassado.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Heavy Metal: Escrotizar É Preciso


Muitas pessoas acham que Metal é coisa do diabo. Bom, parte dele realmente é, mas não todo. Nesse post vou dissecar o estilo musical em um guia simples, com gosto duvidoso e expondo minha opinião própria e ridícula, pra você que é n00b e não entende do assunto. São muitas as variáveis do Metal, uma mais agressiva e escrotizadora do que a outra, cada uma com defeitos e qualidades.

Típica banda de Black Metal



Heavy Metal (classicão)
Quem ouve: Saudosistas, a maioria dos metaleiros
Nível de Escrotização: 5
Esse talvez seja o estilo mais difícil de classificar. Surgiram uma porrada de bandas, cada uma com uma temática diferente, que geraram os muitos estilos que conhecemos hoje. Portanto, só vou listar as mais conhecidas.
- Motörhead, Iron Maiden, Black Sabbath

Thrash Metal
Quem ouve: Revoltados em geral. Mas com moderação.
Nível de Escrotização: 8
Foi aí que eu diria que começou a escrotização. Só cabelo grande não era mais o suficiente, agora tinha que berrar com vontade e já começava a dificuldade dos mais castos de diferenciar aquilo de grunhidos e barulho aleatório. O bicho começou a pegar, e já começaram a surgir letras sobre como era legal ou “prazeroso” matar pessoas (Kreator) e cultuar satã tomando banho de sangue (Slayer). Aqui começa pra valer a galera que curte uma rodinha de porrada. Fedor, muito fedor...
- Slayer, Metallica, Megadeth, Sepultura, Anthrax, Pantera

Power Metal
Quem ouve: RPGistas, nerds, músicos mais técnicos e alguns moderadamente revoltados
Nível de Escrotização: 4
Aqui o metal tomou um rumo diferente. Essa galera começou a viajar, e pra fugir da realidade passou a fazer letras sobre dragões, reinos, mitologias insanas e batalhas de aço e de fogo, e honra, glória... Os homens de Gondor e Aragorn eram os letristas dessas bandas. O som é muito técnico, e os vocais agudos. E tome cavaleiro de armadura reluzente, vila dos anões, rei dos dragões, templos amaldiçoados... as capas de discos são todas ilustrações de Dungeons & Dragons, e nos backstages não há sexo ou drogas, e sim mesas de RPG e oficinas de leitura sobre a Idade Média.
- Helloween, Dragonforce, Rhapsody of Fire, Hammerfall

Metal Melódico
Quem ouve: Músicos técnicos e garotas
Nível de Escrotização: -3
Vocais agudos e melosos e melodias mela-cueca. De rebeldia ou escrotização não tem nada. Muita chapinha e shampoo Monange. Tão cintilante quanto os vampiros de Crepúsculo. É bonitinho, todas as amiguinhas da sua irmã vão gostar e querer dar pro Edu Falaschi.
- Angra, Shaman, Viper, Almah

Death Metal
Quem ouve: Revoltadassos, sádicos e escrotizadores por natureza
Nível de Escrotização: 9
Agora vai! Violência, sangue, morte e muita porrada, tudo isso como objeto de contemplação admirável. Agora sim a guitarra é um troço arranhando qualquer coisa indiscernível, e botaram os orcs de Mordor pra serem os vocalistas. Quem disser que consegue entender o que esses putos cantam logo de primeira têm que largar tudo e ir ganhar a vida como fonoaudiólogo. Nas rodinhas de porrada agora se encontram correntes, porretes, martelos, maças-estrela, machados e rifles israelenses. Se você tem todos os dentes da boca ou acha vale-tudo uma ofensa, você nunca será Death Metal.
- Cannibal Corpse, Death, Nile, Obituary

Black Metal
Quem ouve: Pseudo-satanistas sem-mãe ou dignidade e orgulho próprio
Nível de Escrotização: 10
O mundo deverá ser governado pelo todo poderoso lúcifer, e a melhor maneira de fazer isso é cultuá-lo através de músicas com vocais gravados enquanto se vomita. Deve-se vestir totalmente de preto, sempre, e passar muito cal na cara para dar um ar de satânico é sempre bom. A música deve ser rápida, mas ao mesmo tempo melancólica, pois se o belzebu não governa a humanidade, certamente algo está errado. Bodes e pentagramas. Cruzes invertidas. E se você não é de um país nórdico, você não pode ser Black Metal. Porque queimar uma igreja luterana é muito mais tr00 do que tacar fogo na Universal do Reino de Deus. Incinerar o Edir Macedo não é ser satânico, é ser sensato.
- Venom, Dissection, Mayhem, Gorgoroth

Metal Progressivo
Quem ouve: Músicos muito técnicos e pessoas boring
Nível de Escrotização: 5
Estilo musical criado como desculpa pros instrumentistas mostrarem que tocam para caralho. Solo de guitarra, baixo, teclado, bateria, percussão, violino, oboé, flauta doce, xilofone e pandeiro. Tudo tocado da maneira mais filha-da-putamente impossível, e durante 80% da música não se ouve o vocalista. Se tu conseguir ouvir um CD de progressivo inteiro sem dormir, meus parabéns.
- Dream Theater, Symphony X... AHNN… zZzzZzZZZzzZZ…

New Metal
Quem ouve: Revoltadinhos
Nível de Escrotização: 4
É o Thrash Metal que escorreu e estagnou na viadagem. Por alguma razão, pra essa galera colocar rappers e DJ's no meio das músicas é maneiro, muito metal. Cabelo com gelzinho é do mal. Só pra rimar, pega no meu pau.
- Korn, Slipknot, P.O.D., Papa Roach

Existe mais uma porrada de estilos, mas estes são os mais importantes. Os outros são fusões de uns com outros, ou surgem de variações mínimas. Para finalizar, lembre-se: Lemmy is God. Não sabe quem é Lemmy? Então tu não é metal. Tira essa camisa preta.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Relato De Um Dia (10/11/09)



Desde o início aquele era um dia anormal. A sensação de que a noite seria fria era quase uma profecia.
Tédio.
Ócio.
Tá, tédio e ócio eram corriqueiros na sua vida.
Uma notícia. Sentia o resquício de esperança se esvair.
Frio, enfim ele chegou. Seu estado febril impedia-o até mesmo de raciocinar. Gotículas de suor brotavam de seus poros.
Uma súbita melhora surgiu junto com uma vontade de purificar-se. Seus olhos estavam inchados - mas não havia chorado. A luz elétrica pregava peças nele.
Tentou olhar para o céu - afinal, a escuridão revela toda a beleza das estrelas - porém, seus olhos o impediam.
Lutou. Brigou. Conseguiu.
Era apenas um, olhando para as incontáveis estrelas.
Tentou dormir, mas perdera o sono. Resolveu escrever, e esperar por seu futuro sombrio.

sábado, 24 de outubro de 2009

26 letras



Está
Doido.
Por
Tanto
Galgar
Sua
Personalidade -
Sensível
Ou
Não -,
Restava
Nada
Produtível.
Vaidade?
Talvez.
Simplesmente
Deixou
De
Ser
Único.
Queria
"Crescer"
Como o
Resto:
Gente
Morta.

---------------------------------------------------------


Não. Eu não estou louco. Isto é um texto bizarro que eu fiz quando percebi uma falha na cópia de uma apostila minha de Jornalismo Científico. Tinha uma coluna no lado esquerdo com 26 letras (as que estão em caixa alta), daí deu nisso.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Relacionando Crises Conjugais com o Capital


Querida amada,

Sei que temos passado por muitos problemas ultimamente. Nossas constantes brigas giram em torno dos mesmos motivos, e nunca conseguimos chegar a um consenso. Sempre acabamos culpando um ao outro, esquecendo, muitas vezes, a razão da discussão. Acredito que recentemente, tive o prazer – ou desprazer, se quiser interpretar dessa forma – de me deparar com um conceito que me fez compreender melhor o motivo de nossa atual crise conjugal. O culpado não sou eu, tampouco você. A culpa é do Capital.
Quase consigo enxergar a expressão de confusão e indignação em seu rosto agora. Estou ciente de que para você e para a grande maioria da população, o Capital é meramente uma quantia em dinheiro investida em determinado negócio para se gerar mais dinheiro. Não tenho a intenção de menosprezá-la, minha querida, mas isso não passa de senso comum. Dinheiro investido é apenas uma das inúmeras definições que cabem ao Capital, e isso não chega nem perto de expressar devidamente o quanto este controla as nossas vidas.
Primeiramente, você deve entender que o Capital está em praticamente todo lugar. O seu consultório, o meu escritório, o carro da empresa que eu dirijo todos os dias, qualquer edifício comercial e até a barraca de camelô no centro da cidade, no momento de sua criação, são apropriados pelo Capital. Ele faz com que absolutamente tudo trabalhe e funcione em seu benefício. Quando você exerce a sua função de dentista e cobra determinada quantia para fazê-lo, o dinheiro não pertence a você. Discorda, amor? Então por que não analisamos como você gasta o seu merecido dinheirinho?
Você paga o aluguel, condomínio, e investe em seu apartamento, quando necessário – reformas e adjacentes -; compra roupas e sapatos quando os antigos não estão mais próprios para uso; compra, obviamente, comida, para ter direito às abençoadas três refeições diárias; compra bens de consumo que lhe satisfaçam enquanto ser dotado de personalidade própria, pois pode se dar a esse luxo, que podem consistir em novas tecnologias, objetos de decoração e outros; troca de carro quando julgar necessário; faz seu check-up no médico e gasta com o que for necessário para cuidar de seu bem-estar; paga a escola do seu filho, para garantir o futuro de sua progênie; e, finalmente, gasta saindo à noite, indo ao cinema, viajando para Fernando de Noronha... Afinal, uma mulher trabalhadora como você necessita de um tempo para se divertir, certo?
O que você, minha querida, e a maioria das pessoas não enxerga – e eu, há até pouco tempo atrás – é o real objetivo por trás destes gastos. Se pararmos para analisar, tudo não passa de um ciclo vicioso. Em favor de você, que gasta seu salário digna e responsavelmente? Não, em favor do Capital. O que nós fazemos, na realidade, é simplesmente garantir para nós mesmos moradia, vestuário, transporte, saúde, lazer, e educação para nossos filhos, os elementos necessários para que renovemos nossa bendita Força de Trabalho. É a força de trabalho que executamos a responsável por encher nossos bolsos todo mês. E, como não somos robôs incansáveis, essa força necessita de uma renovação diária que exige certas demandas... E o que seriam? Moradia, vestuário, transporte, saúde, lazer e educação para as crianças, para que elas possam estar aptas a repetir o mesmo ciclo futuramente. Aliás, a educação serve apenas para uma coisa: aumentar o valor da força de trabalho de um indivíduo. Não é plausível que um sujeito que tenha nível superior mereça ganhar mais que um que largou a escola no nível fundamental? Afinal, ele teve mais educação. Amor, garantir isso para seus filhos não é, na prática, uma maneira de torná-los mais sábios, mais inteligentes. É um investimento que ajuda na alimentação do Capital.
Está entendendo a idéia, amor? Você trabalha e ganha esse dinheiro para gastar de maneira a estar apta para repetir o processo novamente. Dia após dia, pelo resto da sua vida. Chocada? Deveria estar.
A verdade é que o Capital fugiu ao nosso controle. Surgiu como uma possibilidade de se adquirir riquezas e liberdade individualmente. Hoje, é a razão de todos os problemas atuais na sociedade: pessoas morrendo de fome pelas ruas, as colossais desigualdades sociais que vemos cotidianamente, e o quão rasa é a mentalidade do cidadão médio. Trabalhamos para manter o Capital firme e forte através dos tempos, raramente temos consciência disso, estamos satisfeitos assim, e parece não haver nenhuma interpretação otimista quanto a essa situação. Estamos sujeitos a uma alienação extrema, e em muitos momentos não parece haver uma saída. Afinal de contas; eu no meu escritório, as milhares de pessoas que trabalham no edifício comercial e o humilde vendedor de quinquilharias de camelô estamos presos ao mesmo processo de gastos monetários que você, meu amor. Agora reproduza tudo isso em escalas globais, de milhões de pessoas. Deprimida? Deveria estar.
Meu objetivo, com tudo isso, é fazê-la entender algo simples: absolutamente nada nessa vida dura eternamente, tudo é efêmero. A partir do momento em que se toma consciência desse ciclo, dessa “maldição” do Capital, se me permite dizer desta maneira, fica muito difícil encontrar algo que faça sentido e nos satisfaça pessoalmente enquanto seres humanos. Só posso esperar que enxergue que diante tudo isso, o que podemos fazer é estarmos felizes e sermos agradecidos por termos um ao outro. Mesmo juntos, talvez nunca possamos nos livrar das garras do Capital, mas podemos, sim, apreciar cada momento que passarmos um com o outro enquanto existirmos na face da Terra. Quero acreditar que esses momentos terão tal significado que para pelo menos para nós, serão, sim, eternos. E principalmente, quero muito acreditar que nosso amor não é simplesmente mais um empregado do Capital.

Com muito amor e sinceridade, de seu para sempre companheiro,

Fulano da Silva

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Por que eu quero uma Ferrari?


Eis uma pergunta extremamente cretina. Acredito que as possibilidades de respostas cabíveis nesse caso são quase infinitas, mas a maioria delas gira em torno do mesmo eixo: o prestígio social e o conceito que o indivíduo alcança ao dirigir o que eu acredito ser a prova mais incontestável da existência de um Deus, são incalculáveis. Ou você acha que as vadias do 50 cent rebolariam em cima do seu Fiat 147?
É raro encontrar hoje em dia pessoas que tenham objetivos ou desejem coisas que não estejam nem um pouco remotamente ligadas com o exemplo acima. O capitalismo abriu a brecha pra uma idiotização em série daquilo que chamamos de sociedade. Nos tornamos tão consumistas que desejamos pelo simples desejar; a velocidade dos veículos de informação e da mídia metralham o frágil cérebro de todos nós ditando o modelo de vida limpo-shopping-center-cash-in-the-motherfuckin-pocket todo santo dia. "Beleza, qual a novidade, seu comuna de merda? Vai citar Che Guevara daqui a pouco, vai vendo..." é o que você deve estar se perguntando. FAIL, n00b!
Vamos presumir que você acabou de ter uma epifania e se deu conta do ser influcienciável que é. Sentiu vontade de largar tudo pra viver uma vida hippie peace and love e vender colar de coquinho na praia? Resolveu se isolar numa montanha no Himalaia, cuidar de lhamas pro resto da vida e mudar o nome para... bom, sei lá, hermitão da montanha no. 2.387? NÃO? "Porra! Isso me torna um filho da puta?" ... Chill, man...
Ao ser confrontado recentemente em decorrência dos meus desejos ultracapitalistas (não tem mais hífen, né? sei lá, foda-se), me perguntei isso. Naquele momento não consegui elaborar uma resposta satisfatória, talvez até por estar um pouco intimidado, visto que estava em pleno debate com veteranos do curso de Serviço Social. Tenho que me acostumar com essa porra, aliás. Refleti um pouco sobre o assunto depois e cheguei à uma conclusão que me fez sentir um pouco menos culpado. Se é que me senti culpado.
Afinal de contas, o que molda a personalidade de um ser humano? Me parece estupidez argumentar que já nascemos totalmente formados. Se eu fosse um Sayajin (o que aliás, seria irado), dificilmente eu iria pensar da mesma maneira que penso. Destruir Kakarotto iria me parecer muito mais atraente do que aparecer na aula de BMW pra comer a gostosa do terceiro período. Nem precisa ir tão longe (põe longe nisso!): fosse eu um norte-coreano, digamos, seria muito mais difícil eu desejar ardentemente uma bateria Mapex pedal duplo, um Nintendo Wii e uma estátua tamanho real do Darth Vader. O que diferencia o filho da puta alienado movido à abadá e novela das oito que quer ter grana pra esfregar na cara das gostosas que ele quer comer de pessoas mais esclarecidas, que também querem ter dinheiro para esfregar na cara das gostosas que ele quer comer, é a consciência e a escolha.
Aceitar automaticamente o que lhe é entregue difere de avaliar todas as possibilidades e pôr na balança, selecionando o que é bom pra você e o que não é. O que te faz sentir bem, o que te agrada e faz sentir completo enquanto ser dotado de personalidade própria, é o que você deve abraçar.
"Mas calma lá! É impossível querer uma Ferrari que não seja pra mostrar pra galera do meu grupo de RP... erm, do meu Jiu-Jitsu! Não passa de uma convenção social, apesar do que você disse." Sim, meu filho. Você é um monstro por querer status social? É pecado desejar uma máquina de 500 mil dólares, V-8, que acelera à 200 km/h com a força de 450 garanhões italianos? Muitos vão argumentar que um indivíduo só quer isso e tudo mais porque foi influenciado e passou a "achar que quer". E as coisas que eles querem, foram orientações divinas enviadas por Jesus Cristo?
"HÁ! Eu sou hippie e vendo cordão de coquinho na praia! Toma essa, malandro!". Pois é... o conceito de hippie eu duvido muito ter sido você que criou. Da mesma maneira que o sujeito "porco capitalista" viu o Cauã Reymond usando a camisa X na novela e roubou o dinheiro do remédio de osteoporose da vó pra comprar, você viu um dia um ser malcheiroso com piolho no cabelo amarrado numa árvore como protesto, e resolveu ser daquele jeito.
"Porra nenhuma! Continuo sendo completamente não-influenciável e foda pra cacete! Die, n00b!!!"
Nesse caso, parabéns. Você acaba de ganhar o selo Zen Master de fodice extrema. Imprima e cole na sua nádega esquerda:


Eu continuo querendo minha Ferrari, minha propriedade em frente à praia e meu Darth Vader. Escolhi ser assim, quero isso porque acredito que assim serei feliz. Se não for, paciência, mas é o que eu quero alcançar. Então tira essa camisa do Che Guevara ou se muda pra Cuba. Se não der certo, eu passo na sua banquinha qualquer dia e compro 500 mil dólares em pulserinha. Garanto que tu vai ficar feliz pra caralho.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Da Série: Coisas MAIS Do Que Desnecessárias (pois todo o resto já o é).



ATENÇÃO:

Este post é completamente desnecessário; e lembre-se: a vida é efêmera, portanto o tempo desperdiçado de sua vida lendo este post nunca mais lhe será restituído.

....................................................................

O Que É O Efêmero?

Ora, o efêmero nada mais é do que algo passageiro. Isto é, algo metacatraquístico, algo que está além da catraca, pois em grego meta significa "o que vem depois".
Há porém exceções (que só confirmam a regra) como os velhinhos, que apesar de não estarem além da catraca, são, paradoxalmente, metacatraquísticos.

PS: Valendo-se do ditado que diz que "uma definição apenas define o definidor", podemos concluir, acertadamente diga-se de PASSAGEM (tá, parei) que eu ando de ônibus quase todos os dias; e de passagem eu entendo...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Coração, Pâncreas e Pele



Estavam os três conversando, quando o Pâncreas disse para o Coração:
-Nossa, a Pele tá tão por fora...
A Pele, que se assustou com o comentário, diz:
-Do que você está falando???
O Coração, morrendo de rir, responde no lugar do Pâncreas:"Piada interna!"

domingo, 16 de agosto de 2009

O Conto Estranho



-Quem/o que diabos é esse tal Conto Estranho? - Pergunta meu interlocutor.
"Algo que foge do lugar-comum criacionista". Digo eu.
Como?
Boa pergunta...mas a resposta é melhor ainda(!):
Se ao menos eu a soubesse...
No "mundo das ideias" (Salve Platão) ele é infindável. Mas, no mundo dos blogs a sua hora irá chegar. Claro, ele é um herege.
Sua heresia?
Fugir do lugar-comum (sem permissão) para ir para "o canto". Sim, um conto que se isolou, e do canto percebe o sentido da sua existência: "Não sou um texto, sou um sentimento!".
Qual?
Encanto (salve os trocadilhos).
E como sentimentos são sentidos e não expressados, ele se tornou uma sensação (capa de revista e tudo!), até ser trocado pelo vencedor de um "reality show" e cair no abismo do esquecimento.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Prédios









Depois de dar cambalhota e mergulhar no rio, qual será a próxima estripulia - adoro esta palavra - deles?

sábado, 8 de agosto de 2009

Viva Las Palavras Proferidas! (Ou Seria Defecadas)



Assistindo a mais um capítulo da novela, que está sendo dramatizada no nosso Senado, transmitida no Jornal da Globo, vi a (incrível) charge do Chico que nos dá uma noção do que vem acontecendo por aquelas bandas:

http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1258021-16021,00-BATEBOCA+NO+SENADO.html
(Blogger não quer postar meu link)

..................................................................................

No capítulo anterior que acabou de acabar:

A personagem do núcleo "pobre" - "minoria com complexo de maioria" nas palavras de Renan Calheiros - entrou em confronto com aquele que nem em tempos de "Gripe Suína" lava as mãos: "Vossa Excelência não aponte este dedo sujo para mim".
O decoro parlamentar mais uma vez foi quebrado e dessa vez entrou em coma.
Para garantir o gancho final do capítulo, fica a pergunta: Sarney, tira, bota ou deixa ficar?

sábado, 1 de agosto de 2009

Viva La Merda! II



"Quando era garoto e folheava o Antigo Testamento ilustrado para crianças, via nele o Bom Deus em cima de uma nuvem. Era um velho senhor, tinha olhos, nariz, uma longa barba, e eu dizia a mim mesmo que, como tinha boca, devia comer. Se comia devia ter intestinos. Mas essa idéia logo me assustava, porque eu compreendia espontaneamente que existia uma incompatibilidade entre a merda e Deus, e, por dedução, percebia a fragilidade da tese fundamental da antropologia cristã; segundo a qual o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Das duas uma: ou o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus - e então Deus tem intestinos -, ou Deus não tem intestinos e o homem não se parece com Ele. Para resolver este maldito problema, Valentino, Grão-Mestre da Gnose do século II, afirmava que Jesus 'comia, bebia, mas não defecava.'."

Continua...
Trecho adaptado da obra "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Criamos um Monstro...



E Seu nome é Dinheiro, assim mesmo com letra maiúscula, porque Ele já é quase uma divindade.
Como pode algo que foi criado pelo homem, TALVEZ (suposição minha) em busca de mais justiça (sendo uma resposta ao escambo), hoje subjugar o seu criador?
Pessoas nascem e morrem por causa dele:
Nascem?
Sim, nascem. Quem nunca ouviu falar de pessoas que têm filhos para garantir uma pensão?
Que morrem não é novidade, afinal, quantos morrem em decorrência do tráfico, por exemplo?
Quem é esse tal de dinheiro que vale mais do que vidas humanas? (não essa não é a pergunta correta)
Se ele é governado pelos homens, se estes lhes dão valor, qual é o propósito destes? Deve ser muito importante mesmo pois pessoas passam a vida inteira sem ter acesso à educação por causa deles, sem ter um lar, sem ter comida...

Mas quem sou eu pra falar deles?
Quando a revolta toma conta do meu ser...eu sento, respiro e espero a raiva passar...
Estou certo? Claro que não!!!
Talvez este seja meu primeiro passo na direção correta depois de quilômetros rumo à direção oposta...

Será que meu conforto (que por sinal já não é grande) vale mais do que uma, ou mais vidas?

Antes de me chamar de hipócrita, reflita sobre a sua vida.
Como estava escrito na entrada do templo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo".
O primeiro passo Sócrates deu por mim: "Só sei que nada sei".
O segundo, agora, ficou óbvio: Se eu sei de algo é que eu sou hipócrita. Me resta agora lutar contra minha própria natureza...

"Há dois modos de subjugar e escravizar uma nação. Um é pela força, o outro é pelas dívidas.
(John Adams)

Roubando as palavras de meu amigo Alex: "Só um desabafo".

Se for dirigir, não beba.
Se for estourar uma revolução, me chame.

Jogo de Palavras...



Conspiro, respiro...

Inspiro, expiro, CONSPIRO!


não entendeu?
assista Zeitgeist!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Pau Sagrado ou seria Pau de Santo?


Irlandeses peregrinam para rezar em árvore que tem a forma da Virgem Maria
Toco de salgueiro foi colocado próximo a uma igreja católica em Limerick.
Fenômeno na paróquia de St. Mary's lembra as peregrinações do passado.



Milhares de irlandeses tem ido até uma igreja católica em Limerick, na Irlanda, para rezar diante de um toco de árvore. O salgueiro tem atraído muitos fiéis, porque eles acreditam que o toco tem a forma da Virgem Maria. O fenômeno na paróquia de St. Mary's lembra as peregrinações de décadas passadas, que eram uma característica dominante nas regiões rurais na Irlanda. (Foto: AP)

Fonte: G1 notícias.

No quintal da minha casa tem vários tocos de árvores e até agora não recebi nenhum dízimo...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ótimo/Péssimo



O otimista proclama que vivemos no melhor de todos os mundos possíveis; o pessimista receia que isso seja verdade.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mais sobre a morte:



"[...],que 'infinitamente' (o conceito de infinidade) não tem sentido e que estou em fileira cerrada com os outros homens marchando em direção à morte."

Dr. Breuer, personagem de "Quando Nietzsche chorou" de Irvin D. Yalom

"[...] desde criança, acredito que a vida seja uma centelha entre dois vácuos idênticos: a escuridão antes do nascimento e aquela após a morte.
-[...] Não é estranho como nos preocupamos com o segundo vácuo e jamais pensamos no 1°?"


Diálogo entre Dr. Breuer e Nietzsche, respectivamente, personagens do livro já citado.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Epicuro



"Por que ter medo da morte?
Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir, nós já deixamos de ser."

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O (Pseudo) Intelectual:



Ao término de uma reportagem, que retratava os problemas sociais que o Brasil vem enfrentando, transmitida por um telejornal; um ser, humano e falante, vira para o intelectual e pergunta: "o que você acha disso?".
Eis a resposta:
-Analisando através de um prisma formado pelo conceito relativo de progresso de Lévi-Strauss, que afirma a máxima de Einstein que diz que "tudo é relativo", aliado à teoria foucaultiana, análoga ao empirismo de Hume, que contrastava com o racionalismo cartesiano...qual era a pergunta mesmo???

Por um mundo que responda (menos) nossas perguntas.

CONTRAPONTO:

Vasculhando meu cérebro achei uma opinião acerca dos achismos:
"Eu acho que os achismos são um grande empecilho para a evolução da humanidade."


A IRONIA TAMBÉM!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Astronauta e o Neurocirurgião



Certo dia, um astronauta vira para um neurocirurgião e diz:
-Sabe, já fui várias vezes no céu e nunca vi um anjo sequer por lá.
O neurocirurgião respondeu:
-Eu já abri várias cabeças humanas e nunca vi um pensamento.

Artigo 1° da Constituição Fecal:



Todos os erros de português cometidos pelo jovem que vos escreve será relevado sob a escusa de LISSENSSA POÉTIQUA.

Afinal, herrar é umano.

sábado, 13 de junho de 2009

Prenúncio de um Conto Estranho



Era uma vez um Conto.
Um dia este Conto saiu contando por aí. Já passava do 150 quando deparou-se com a Conta. Foi amor à primeira vista.
O Conto olhou no seu bolso e constatou que tinha dinheiro para pagar a Conta.
O Conto não tinha muito dinheiro, por isso o dinheiro que sobrou ficou à conta para cobrir os gastos do seu casamento com a Conta.
Eram três os filhos do Conto com a Conta: a Crônica, pouco se sabe sobre ela; o Romance, belo e com um desfecho tão brilhante que ao sorrir podia cegar uma pessoa; e o Conto Estranho...

...

OFF: preCONCEITO racial (a Raça é humana lembra-se?)

por um mundo raciONal.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Como Escrever Bem



Certa vez, no ano de 2004, em que eu cursava a sétima série do ensino fundamental, eu tive a brilhante idéia (assim mesmo, com acento) que a partir daquele momento eu iria "falar corretamente", isto é, eu iria falar como se escreve.
Pobre de mim, poucos minutos depois já estava eu (depois de "errar" muito e passar uma borracha invisível em várias frases por mim pronunciadas) fazendo aspas com a mão a todo momento, pra dizer gírias e palavrões. Não me lembro bem quanto tempo eu resisti, com certeza menos de 30 minutos, até que frases inteiras eram ditas "entre aspas". Foi nesse momento que Priscila (minha prima) comentou: "daqui a pouco, ao acordar você vai abrir aspas, passar o dia todo falando "errado", e fechá-las antes de dormir". Nem cheguei a este estágio. Desisti antes. Percebi que pra mim era impssível falar "certo".
Peraí. Como pode ser? Não é possível! Como eu poderia estar falando (olha o gerúndismo aí gente!) errado?
Não. Eu não.
Eu, que fui criado por pessoas falantes da Língua Portuguesa, que converso todos os dias com pessoas, na rua, na escola, em casa, não sei falar "certo".
Calma aí, até hoje (quase) todas as pessoas com quem eu falei me COMPREENDERAM, mesmo eu não falando de acordo com a Gramática Normativa. Então eu estava falando certo!


PS: Hoje, ao ingressar na universidade, me deparei com aquilo que eu tinha descoberto (salve Carlos Drummond de Andrade, ou melhor, salve todos os brasileiros) um pouco antes, tendo uma noção de Linguística. Pra quem quiser ter esta noção, indico o livro "Preconceito Linguístico" do autor Marcos Bagno.

PS2: Ainda não comprei... ¬¬'

PS3: Também não... ¬¬"

PS4: Você que leu (!) até aqui, já deve ter percebido que eu posso até saber falar, mas escrever...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Que Queres Tu?



Seres humanos,
Tão inteligentes e tão insanos.
Perfeição?
É o que sempre procuramos
Mas infelizmente, ou felizmente,
Nunca a encontramos.
Por quê?
Não sabemos o que queremos
Por isso nos contradizemos.
Todos querem o que para si é perfeito,
Mas quando o conseguimos, tudo muda de conceito.
Quem gostava do branco agora prefere o preto.
E quem adorava o bonito, ama o feio.
O que era pesadelo hoje é o que se sonha.
Essa é a eterna contradição humana.

(Felipe P. de Aquino, com a ajuda de seu [eterno] amigo Wallace Sangi)

terça-feira, 28 de abril de 2009

Hegel



"A contradição move o mundo, todas as coisas contradizem a si mesmas."

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Viva la Merda! (1)



"Só em 1980 soube-se da morte do filho de Stálin, Iakov, por um artigo publicado no 'Sunday Times'. Prisioneiro de guerra na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, ele ficou num campo de concentração junto com oficiais ingleses. Tinham latrinas comuns. O filho de Stálin sempre as deixava sujas. Os ingleses não gostavam de ver as latrinas sujas de merda, mesmo que fosse a merda do filho do homem mais poderoso do universo. Chamaram-lhe a atenção. Ficou aborrecido. Repetiram as reclamações e o obrigaram a limpar as latrinas. Ele se zangou, vociferou, brigou. Finalmente pediu uma audiência ao comandante do campo. Queria que ele fosse o árbitro da discussão. Mas o alemão estava muito convencido de sua importância para discutir a respeito de merda. O filho de Stálin não pôde suportar a humilhação. Bradando aos céus atrozes palavrões russos, jogou-se contra a cerca de alta-tensão que cercava o campo. [...]
O filho de Stálin perdeu a vida por merda. Mas morrer por merda não é morrer de mordo absurdo. Os alemães que sacrificaram a vida para ampliar seu império em direção ao leste, os russos que morreram para que o poder de seu país se estendesse em direção ao oeste, esses sim, morreram por uma tolice, e a morte deles é destituída de sentido, de qualquer valor geral. Em contrapartida, a morte do filho de Stálin foi a única morte metafísica em meio a tolice universal que é guerra."

Continua...
Trecho adaptado da obra "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera.