terça-feira, 26 de abril de 2011

Em Busca do Horizonte



Minha mente é um campo de batalha. Mas não um campo plano. Um campo de difícil acesso e compreensão. Estratégias não surtem efeito. O campo é traiçoeiro. Onde havia cumes, agora há depressões.

Muitas baixas e pouco avanço. As trincheiras mudam de posição, mas o fim parece estar além do horizonte. O sangue fétido salpica a terra. Sempre um soldado ferido está trauteando uma canção de tristeza, de saudade. Soldados que nem mesmo sabem o motivo da guerra. Não se recordam de como foram parar ali. Só possuem o instinto de lutar por um ideal. Mas o lema é, foi, e sempre será uma mentira. As baixas aumentam, a seta do tempo avança. Aquele é o inferno. Ele está lá. Ele está em mim. Essa guerra não terá vencedores. Entre mortos e feridos, a salvação é a única certeza que eles têm. A certeza de que ela não virá. Ressurreição é coisa de Messias. E como um bom anticristo, o sagrado não surte efeito. E a batalha prossegue... Ao som de lâminas e gritos de raiva e de dor. Mas nesse campo desolado, não há espaço para cantos de vitória. A terra se mantém girando, o sol vai e vem, mas o horizonte... Esse nunca chega.