terça-feira, 10 de setembro de 2013

Gelo?

Gelo. Água sólida para se mastigar. Formas cristalizadas lutando contra os dentes – e perdendo.
Abaixo de zero. Zero absoluto. Vazio absoluto.
Como lidar com um vazio no peito que quase explode o coração?
Big bang. Do nada, o tudo. Do vazio, um universo. No peito. Universo estranho. Indócil. Indomável. Irascível. O vazio foi a ponta do iceberg. Muito gelo. Muito frio.
Corpo e mente rebelam-se contra a tirania.
Somos a soma de corpo e mente? Sou mais que carne, osso e ilogismos? Quem sou? Matéria? Energia?
Sou a gélida saudade no peito em meio a luta contra o calor de um coração sem ritmo. Saudade do que não aconteceu.
Doente da cabeça, mas quem sofre é o coração.
Sofrer. Fazer sofrer. Esquecer? Viver.
Temperatura amena. Água em seu estado líquido. Beber da fonte. Beber. Saciar-se.
Universo entre orelhas. Grão de areia entre estrelas. Ínfimo...
Fica assim, sem ponto final