terça-feira, 13 de novembro de 2012

Desconexo



“No princípio criou Deus os céus e a terra;
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.
Gênesis 1:1-2


Sua sombra se movia de acordo com o padrão de luzes dos postes acima da sua cabeça, enquanto ele andava pelo pequeno beco naquela noite particularmente escura. À sua frente, quase 700 metros de ruas e becos irregulares até seu ponto de chegada. Na sua cabeça, apenas um objetivo: vingança; e se o prato deve ser comido frio, aquela era uma noite perfeita para tal. Mesmo relativamente perto da linha do Equador, fazia um frio de quinze graus centígrados.

Suas feições estavam obscurecidas pelo capuz de sua capa, as trevas eram suas únicas características visíveis.

“E disse Deus: Haja luz; e houve luz“.
Gênesis 1:3


Com um retumbante pontapé, aquele misterioso homem quebrou a porta que se punha entre ele e aquela luminosa e surrada residência. O súbito jorro de luz em seu rosto tornou visíveis seus olhos marejados e a expressão de dor e desespero em sua face.

Dentro da residência, um homem gordo com uma shotgun o esperava, com sua cara que lembrava um porco e uma estranha expressão de deleite que o fazia salivar enquanto sorria.

“Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”. 
Apocalipse 1:8


Um estrondo abafou a gargalhada hedionda do gordo enquanto ele disparava sua escopeta na direção do homem encapuzado. O tiro veio logo após os menos de cinco segundos em que ambos se encararam, tempo suficiente para que o invasor se jogasse para o lado e fugisse da mira. O barulho da arma sendo recarregada rompeu o zunido da recente explosão...

– Parem com isso! Querem destruir a minha casa? – a voz grave encheu o aposento, mesmo abafada, vinda de outro cômodo da residência.

Do banheiro, pouco mais de dez metros distante da entrada, saiu enrolado em seu roupão um sujeito esguio, de um metro e setenta e cinco centímetros, branco-queimado-de-sol e ostentando um cavanhaque bastante negro e um sorriso debochado que era desmentido pelo seu olhar triste.

“E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos”?
Apocalipse 5:2


O homem no roupão era um traficante decadente de quarenta e poucos anos, que perdera sua parcela do mercado, mas mantinha-se vivo submetendo-se aos novos “donos do pedaço”. Apesar de ter perdido o posto de mais proeminente, ainda sustentava o posto de mais esbanjador devido ao cuidado com sua imagem e com o interior de sua casa – que parecia outro universo se comparado ao exterior.

Não demonstrou horror nem qualquer outro sentimento ao chegar ao hall de entrada da casa e se deparar com o encapuzado segurando uma faca ensanguentada e com o cadáver de seu “soldado”. Menos de trinta segundos separaram o tiro do encontro entre invasor e proprietário.

– Parece que o ódio move montanhas, afinal – disse olhando nos olhos quase arregalados de raiva de seu oponente. 

“E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele”.
Apocalipse 5:4


Um berro. Corrida. Soco. Mais soco. Chuva de socos. Totalmente imobilizado, o traficante de remédios raros olhava para o teto adornado de sua casa enquanto aquele que ansiava por sua morte o estrangulava. 

– Por quê? Por quê? POR QUÊ? – Os berros do agressor saíam guturais, as lágrimas escorriam de seus olhos. A vingança não traria de volta a sua família.
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Continuaria, mas aí o título perderia o sentido.
:p

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Viva La Merda Rises


“O que você está fazendo?”, perguntou um amigo do cara sentado no sofá de uma república qualquer perto de qualquer universidade dessa merda desse país.

– Bebendo, oras – respondeu o rapaz de semblante cansado, com marcas de um profundo roxo abaixo dos olhos, cabelo despenteado e olhar distante, enquanto tomava mais um gole da cerveja pielsen comprada num bar frequentado por diversos bêbados-de-fim-de-semana que resolveram se arriscar fora do “turno” e bebiam em plena quinta-feira.

– Está bem, vou reformular a minha pergunta. O que você está fazendo com a sua vida? – insistiu o amigo.

– Bem, você quer saber sobre a minha vida, né? Então, para te responder de forma satisfatória, eu vou começar pelo começo...

“A minha existência se resumia a uma minúscula probabilidade de não ser desperdiçado em várias ações que envolviam meu pai e suas paixões. Espera. Isso não importa. Fui além do começo! O começo mesmo pode ser considerado o sagrado momento tão banalizado pelos filmes pornôs que é o ‘jorro da vida’, o ‘espirro do gigante’, ou como queira nomear. Enfim, o momento – que espero que tenha sido bom para as partes envolvidas – em que meu pai e minha mãe faziam sexo casualmente, sem nem pensar na merda que estavam fazendo. É incrível como, antes mesmo de me conhecerem, eles já estavam sendo tão injustos comigo. Daí eu cresci dentro da minha mãe, onde minhas habilidades de parasita foram bastante desenvolvidas, mesmo que inconscientemente. Depois do parto teve todo um trabalho de padronização do uso do meu cérebro, infância dolorosa, adolescência patética até o júbilo existencial do meu primeiro contato com o álcool. E é a partir dessa gama de acontecimentos – resumidos de forma magistral por mim – que temos os componentes básicos para que possamos, enfim, formular uma resposta contundente à sua capciosa pergunta, qual seja, ‘estou bebendo, oras’”, respondeu “de forma satisfatória” o decadente rapaz.

– Ok, Babaca. Mas tem algum motivo para você estar bebendo tanto ultimamente? – retrucou o amigo num tom áspero de quem se arrependeu por ter iniciado um diálogo.

“Pô, então, essa sim é uma resposta complexa de ser dada. Vamos pular toda a construção histórica que foi necessária para que a cerveja se tornasse um elemento tão proeminente na cultura brasileira e vamos ao que importa. Sexta-feira passada eu decidi beber por uma questão de pertencimento a um grupo social, no caso, os universitários. Partindo dessa vontade de ser considerado igual dentro desse círculo social, fui a um barzinho aqui perto com o pessoal da minha turma e bebi bastante. No sábado eu decidi beber porque estava com uma ressaca muito forte e dizem que nada é melhor para curar a ressaca do que uma nova bebedeira. Dessa forma chegamos ao domingo, dia de churrasco de família, isto é, dia de todos os elementos constituintes do grupo ‘família’ variarem numa escala de ‘levemente embriagado’ até o sensacional ‘bêbado como um gambá’ ao qual tenho o orgulho de dizer que fiz parte naquele dia. É uma pena que após um domingo vem uma segunda-feira e precisamos voltar à miserável rotina de trabalho. Por esse motivo tive que beber na segunda-feira no happy hour com o pessoal da repartição. Precisava aceitar o meu triste fado de que a vida não se resume aos fins-de-semana. Na terça eu resolvi beber em homenagem ao grande Tyr, que é quem deu origem ao nome do dia no idioma inglês. Chegamos então ao dia de hoje que é o dia cabalístico no qual resolvi decidir o que vou fazer da vida agora que optei por largar a faculdade. Logo, decidi que vou fazer o que faço de melhor: beber”.

– Certo, então. Vou pra casa da Júlia. Vê se não se mata de beber, hein – alertou o amigo enquanto fechava a porta com a mesma mão em que carregava uma sacola cujo conteúdo seria apreendido por policiais em menos de trinta minutos.

O beberrão espreguiçou-se e pensou: “melhor comprar mais umas cinco garrafas de cerveja antes que a vida acabe. Ih, tem jogo do Flamengo hoje. Melhor comprar vodka”.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Tinta, Pixels e Alucinações Vampíricas


A "beleza" da esperança é apenas o reflexo da inércia. Uma ilusão que alimenta o coração desafortunado e a alma desamparada.
Esperar não é dançar.
A fé no amanhã só não é pior que a nostalgia do passado.
Agir é sinônimo de viver. Escolher é o sentido da vida. Alternativas que nos escolhem; opções que escolhemos.
Mas lembre-se: se a vida fosse Bella, eu seria o Edward.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sobre a Igreja Católica ou o Petróleo. Ou os dois. Ou nenhum



Você está de pé.
Você está de pé e com muita fome.
O fim da linha está logo à sua frente - de forma literal, digo.
Bem em cima da última estação de trem da linha Vitória/Minas um arco-íris começa a se formar.
Você está ouvindo Marilyn Manson. Não é a trilha perfeita para observar um arco-íris.
Você vira pouco mais de 90º para a direita e nota uma densa nuvem de fumaça negra. Ou o Vaticano resolveu escolher o novo papa perto do Terminal de Jardim América - e não chegaram a conclusão alguma - ou há algum derivado do petróleo pegando fogo. Ou os dois. Ou nenhum. Mas agora a música "Disposable Teens" se encaixa melhor no contexto.

"And I'm black rainbow
and I'm an ape of god".

Você sobe no ônibus e depois de um tempo olha para a janela. Tanto a fumaça quanto o arco-íris estão em seu campo de visão. Aquilo te interessa.
Você para pra refletir num possível significado daquela imagem e olha para um ponto qualquer sem prestar atenção ao que sua retina capta. Decide olhar de novo para a fumaça e o arco-íris e vê um avião passar entre os dois. Muito interessante.
O ônibus faz uma curva e o arco-íris sobrepõe a fumaça. Tá cada vez melhor.
O ônibus curva novamente e ambos saem do seu campo de vista. Ahhh.
A viagem prossegue e, cerca de 10 minutos depois, o arco-íris entra novamente no seu campo de visão. A fumaça não. Dessa vez o arco-íris é duplo.
"Can't Stop" começa a tocar e, agora sim, sua contemplação do arco-íris lhe traz energias revigorantes.

"Go write your message on the pavement
Burnin' so bright I wonder what the wave meant".


Você chegou em casa, e ainda está com fome.
"Cacildis, como eu gosto de ver um arco-íris"!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Por que eu defendo a monarquia?


Antes de iniciar a leitura deste texto altamente revolucionário, faça um teste de QI, pois só os inteligentes vão enxergar as verdades descritas logo abaixo. Se seu teste acusou um mínimo de 125 pontos, prossiga na leitura. Se não, você vai pensar que o rei está nu.

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Em todo país que possui uma monarquia existe uma família real. Ora, não preciso de mais argumentos. Se somente uma família é real, as outras simplesmente não existem. Dessa forma, por que gastar fosfato pensando em políticas públicas e et cetera com o irreal?

Imagine só. Nada de políticas assistencialistas, nada de igualdade econômica, empregos, nada de esgoto tratado!

Porém, se minha premissa estiver errada, e os irreais, paradoxalmente, existirem — o que inclui as suas fezes , não há escapatória e da mesma forma me alegro:

Ou as injustiças acabam, pois só existirá uma família de verdade. Ou, sem esgoto, a merda vai voltar a fazer parte da rotina das cidades, e os ventos vão trabalhar para que o seu cheiro seja inalado por todos os narizes que, gostando ou não, serão obrigados a sentir sua presença.

Aí sim, amigos, as pessoas entenderiam qual é, de fato, o significado de “Viva La Merda!”

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Eronia


“É uma droga” – foi o que respondeu a criança de nove anos de idade ao primo que perguntara qual o significado de “ironia”. Essa com certeza fora a melhor da noite. Bem, a melhor do ano, até então.

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No meio da madrugada de quinta-feira, durante a guerra entre a vontade de dormir e a ausência de sono, assistia a um documentário sobre o efeito da heroína sobre um músico que admirava, até que o celular tocou o tema da fase “Las Vegas” do jogo Top Gear. “Puta burrice tremenda colocar esse toque para mensagens”, pensou.

“Rock épico dos maluco num lugar de playsson nessa sexta. Bora?”

Só respondeu a mensagem quando já estava a caminho do local da festa: “Nóis”.

O amigo que enviara o convite ligou revoltado para o sofredor de insônia no momento em que recebeu a resposta demorada.

- Véi, tu ta de sacanagem. Por que só confirmou agora? Logo agora que já tinha aceitado meu fado de passar a noite assistindo pornografia vietnamita! – esbravejou ao telefone o amigo pouco sociável.

- Mano, para de show. Você mora a menos de 15 minutos da parada. Daqui de onde eu tô, ainda falta uma hora e uns quebrado pra chegar nessa merda. – Sem comentários para o palavreado de dois jovens que há pouquíssimos anos atrás se masturbavam assistindo ao programa “Sabadaço com Gilberto Barros”.

Uma hora e 28 minutos depois, os jovens ingeriam o primeiro gole de bebida alcoólica.

A percepção do, já semi-bêbado, rapaz que se encontrava a dezenas de milhas de sua casa foi sofrendo alterações consideráveis ao longo das garrafas long-neck de cerveja associadas às doses de tequila.

“Engraçado mesmo é pensar que essa merda é feita duma planta que parece babosa! Agave! Isso lá é nome de planta? Esses mexicanos são todos malucos mesmo, só pode. Irado mesmo seria se a tequila fosse bem vermelha. De um vermelho vibrante. Aí, tomaríamos red shots, sacou?”. Seu amigo olhou para ele com uma cara engraçada que o falastrão logo conectou ao significado “sorria e acene”, isto é, seu interlocutor não entendera nada do que havia dito.

Não entender o que o especialista em tequila dizia era quase tão previsível quanto saber que aquela noite ia ter um final inusitado; óbvio, falava engrolado e com tal velocidade que as palavras saíam de sua boca com velocidade muito superior ao bater das asas de um beija-flor.

Enfim a “fase Don Juan” chegava. Aos poucos os dois aventureiros se sentiam cada vez mais atraentes até notarem que uma das garotas mais belas da festa – do universo, como pensavam – estava olhando para os dois.

Chegamos num momento em que precisamos de nomes para os personagens, mas como não garanto que essa história seja fictícia, preservarei os nomes pelos quais minha mente resolveu chamá-los. Sendo assim, chamaremos o fã de músicos ex-usuários de heroína de Juanito e seu amigo apreciador de pornografia oriental de Donizete. Quanto à gostosa, bem, chamaremos de gostosa, mesmo.

Com um andar um tanto quanto trôpego, Juanito vai ao encontro da gostosa, impulsionado - literalmente – por Donizete.

- Oi. – Disse o pedaço de mau caminho, péssima expressão, dicção e gesticulação, Juanito.

- Olá – Respondeu a gostosa.

Duas horas depois os inseparáveis amigos se encontram dançando no salão. Juanito se apóia no chão com o braço direito, enquanto rebola e faz movimentos de vai-e-vem com o braço esquerdo. Donizete rebola por cima de Juanito com expressões de prazer e o cabelo desgrenhado.

Quem olhava jurava que os dois tinham experiência no ramo da pederastia, mas não podia ter certeza. Até que Juanito se levanta, sobe numa mesa e grita – mais alto que o funk: “Atenção para um pronunciamento oficial do secretário de estado, Donizete”.

Donizete desatou a rir, enquanto substituía seu amigo no palanque improvisado e berrou:

“Senhoras e senhores, em verdade, eu, secretário estadual de pederastia e assuntos homoeróticos, vos digo: ninguém é de ninguém!”.

No outro dia, os dois acordaram no campus da universidade onde estudavam que ficava a menos de 10 minutos da boate onde se divertiram.

Donizete: “Cara, lembro de porra nenhuma de ontem. Só uns flashes”.

Juanito: “Mermão, só sei que meu salário todo foi pro saco”.

Um minuto constrangedor de silêncio enquanto os dois refletiam em suas respectivas condições existenciais se passou, até que:

Donizete: “Véééééei, e aquela gostosa que tu trocou idéia ontem?”.

Juanito: “Ah, nem peguei”.

Donizete: “Jura? Depois de 15 minutos, se não pegou, não pega mais! Tu tem que ser mais rápido, cara”.

Juanito: “Véi, você sabe que sou um cara proustiano.As pessoas têm a chance de se tornarem mais interessantes quando você não avança trop vite”.

- Quê?

Fim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Nu, Desci


Essa era apenas uma das muitas brincadeiras que fazia com o próprio nome. Sujeito forte, moreno de olhos verdes - com cristais marrons -, Nudeci ostentava seu bigodão e os cabelos grisalhos; Na verdade já estavam eram brancos, mesmo.
- Desce daí! Sofá não é lugar de ficar pulando. Para de caçar chifre na cabeça de cavalo, rapaz! - pouco repreendia o neto, mas sempre o fazia de forma enérgica e com um tom de voz exclusivo para aquela situação.
Nascido em 1937, no dia 18 de setembro, Nudeci era pai de nove filhos, um deles fora do casamento. Perdera outros dois antes de completarem um ano, ambos fruto do casamento com sua amada Terezinha.
De Governador Valadares, em Minas Gerais, onde nasceu, passou por muitos "causos" até chegar em Cariacica, no Espírito Santo.
Teve a "solitária" que só foi expelida de seu organismo após a ingestão de uma dose da branquinha. Nem remédios tarja preta davam conta do verme.
Já havia saltado de um caminhão em movimento; encabeçou um abaixo-assinado para que as casas da região onde morava - Bandeirantes, em Cariacica - recebessem água encanada.
Mas o mais espantoso era sua habilidade - nunca comprovada - de fazer fogo apenas com as unhas. Sempre ressaltava que o fogo só aparecia ao pronunciar infinitas vezes o mantra "ó bobolhando".
Bobo mesmo o neto ficava quando o avô sabia exatamente quais pedras estavam na mão, e de quem, durante uma partida de dominó. Mas o velho não era muito chegado em perder, não. Chegou mesmo a recolher as peças do dominó ao tomar uma "bicicleta" do neto.
Quantas vezes não esteve em seu ateliê/bar/ponto-de-jogo-do-bicho/ loja-de-artigos-confeccionados-em-madeira, conhecido como "boteco", ouvindo a rádio "Espírito Santo" e fumando seu cigarro?
Não sobrevivera para ver seu neto, que anos antes lhe aplicara a famigerada "bicicleta", trabalhando na rádio que tanto ouvia. Aquele mesmo neto a quem ofereceu uma hóstia na igreja onde era ministro da eucaristia, mesmo sabendo que o jovem não havia feito a primeira comunhão.
Faleceu em 2009, no penúltimo mês daquele ano. Aquele homem tão forte que em um ano havia sido derrotado pelo câncer.
Aquele homem. Meu avô. Meu pai.