domingo, 26 de setembro de 2010

Processo de Criação FAIL


Não sei sobre o que eu quero escrever.
Mas são 21h da noite de domingo, eu estou entediado, nem um pouco animado de ir dormir, com uma expectativa deprimente de aula às 9h da manhã na faculdade... e com vontade de escrever. Sobre... Não sei o quê. Veremos...
Bom, nessa sexta eu vi um show de três bandas de Death Metal e foi muito, muito foda. Nem eu sabia o quanto eu estava precisando daquilo. Pelo evento em si, e pelas companhias. Foi engraçado, aliás, ter ido comprar uma garrafa de tequila no supermercado e ver meu professor de alemão – aquele que faz o tipo “cheirosinho-organizadinho-bonitinho-lambidinho-cuzinho-perfumadinho” – me olhando, eu vestindo uma camisa escrota de heavy metal com uma garrafa de álcool na mão. O sorrisinho sem graça que ele me deu do tipo “porra, eu dou aula pra um marginal” foi bem interessante.
É isso! Talvez eu escreva sobre o fato de aprender línguas estrangeiras alternativas seja coisa de gente afrescalhada... Posso jogar umas piadas, pessoas de camisa xadrez e óculos new wave... Hm, ainda não é isso.
Bom, voltando ao Death Metal. Novamente a maldita questão cabelo curto/cabelo comprido transforma meu cérebro em merda. Bater cabeça de cabelo curto foi deprimente. Pois é, posso falar sobre cultura, estética do metal, como são os shows, um post mais elaborado... Não, não. Ainda não.
Enfim, ainda no show. Foi foda. Vi amigos que não via há tempos, fiz merdas que não fazia há tempos, bebi merdas que não bebia há tempos... Hm... Então, um post sobre nostalgia e amizades, companheirismo, apreciar as coisas simples da vida, laços de confiança e camaradagem? PORRA, falando nisso o filme novo do Adam Sandler é FODA! Gente Grande. Fui sem dar nada por ele e curti muito. Fala sobre isso. Mas eu quero falar sobre isso? É, não.
Talvez eu queira escrever uma narrativa... Vejamos... Qual estilo? Um terror?

Seu coração palpitava enquanto o corredor escuro ia se aproximando, na medida em que ele caminhava. Ele esperava que seus olhos se adaptassem à escuridão, mas por alguma razão isso não acontecia. Seus passos hesitantes finalmente transformaram-se em total paralisia quando sua visão se deparou com a poça de sangue no chão. Que se ampliava e se aproximava dele. Um arranhar na parede o fez sentir seu estômago afundar. Ele sabia. Sabia o que encontraria. Esperava a qualquer momento, encará-la, de frente, com o crânio grotesco em decomposição exposto, o manto negro pútrido e a foice vermelha com o sangue de seus amados sedenta por arrancar-lhe o coração...

Não... não é isso. Talvez uma narrativa de ação.

Então, ele tirou sua maldita Shotgun do seu maldito sobretudo de couro. Apontou para a escuridão à sua frente. Seu cigarro Lucky Strike ainda em sua boca, seus óculos estilo “aviador” escondendo o olhar de um verdadeiro assassino, um lobo ensandecido pronto para morder. Entoou, na sua voz rouca:
- Está com medo, desgraçado? Saia daí, se lhe resta alguma honra. Vou abrir-lhe um terceiro buraco, seu maldito filho de uma puta – cuspiu o cigarro para o lado e esperou, concentrado.
Ouviu uma explosão sonora de granada logo a sua frente. Atirou-se para o lado, arrombando uma porta que apenas percebera a poucos instantes. Estilhaçou a maldita porta com seus malditos músculos de ex-comandante especial das malditas forças especias de whatever, afastado por comportamento agressivo e vontade de matar e obliterar brutalmente a porra toda...

Não, ainda não é isso... talvez... uma comédia?

Arriscou-se a olhar pra fora do corredor, protegendo-se com o corpo para dentro. Foi então que viu... uma granada se aproximando como se fosse em câmera lenta de seu rosto... não daria tempo de se desviar, estava em choque, seus relexos sumiram, suas pernas o traíram... e a granada explodiu.
Seu rosto ficou coberto de estrume de cavalo.

Porra, não rolou. Talvez um épico viking-medieval.

Limpou as fezes do animal de sua barba trançada até a cintura. Tocou o punho de sua espada e fechou os olhos, invocando forças e mentalizando, prevendo todo o combate na sua cabeça. Como sempre fazia. Muitas batalhas, muitos campos de guerra ele já havia visitado, Johansson Motherfuckersson, um guerreiro de Odin.
Virou-se com sua espada, a “Maldita Empaladora Épica Das Trevas Apocalípticas”, e urrando, invocando o nome de Thor, com o martelo do Deus protetor dos humanos em seu pescoço, sobrepondo-se à sua armadura nobre de bronze que evidenciava sua condição de lorde, correu em direção ao inimigo.
- SEJA QUEM FOR, MALDITO, ESTEJA PREPARADO! SINTA MINHA FÚRIA! – Brandiu sua espada, correndo na direção do desconhecido.
Mas não temia. Seu coração nórdico sentia sede de sangue, queria ver a morte de perto. Mais do que isso, queria causá-la, queria brincar com ela. A morte lhe atraía, a morte era sua razão de vida, sua única amada, sua maior aliada... E maior inimiga. E isso lhe atraía. Podia sentir o cheiro de sangue, que agia como um entorpecente. Motherfuckersson estava cego pela fúria, pela ira, pela vontade de matar...

Aparentemente não sou tão bom quanto Cornwell. Bom... tenho experiência com narrativas pornôs... Será?

Então ele viu. De costas, o manto negro tapava a silhueta um pouco menor do que esperava. Não importava! Seu dever era matar, era fornecer escravos aos guerreiros de Valhalla, era destruir aquela criatura, que agora ia se virando lentamente para ele...
- E aí, guerreiro? – falou Sylvia Saint – Não vai me mostrar o “Martelo de Thor”?

Ok, chega de narrativas.
Chegamos então à conclusão óbvia que eu estou com vontade de escrever, mas não consigo pensar em nada. Isso é claramente uma conseqüência da vida desorganizada e maluca que eu tenho levado ultimamente. Não consigo sistematizar e lidar com todas as minhas tarefas e mal me resta tempo para fazer as coisas que eu gosto. Morar longe pra caralho da faculdade, agora que eu estou trabalhando, finalmente, está me fodendo.
Eu queria poder parar para pensar e construir algum tema decente para escrever no blog, mas esses impeditivos estão... bem... me impedindo. Vou tentar parar de boiolagem nas próximas semanas e dar um rumo pra minha própria situação. Chega de chafurdar no caos. Não quero ser um daqueles caras que vivem reclamando da vida por não terem tempo de fazer nada do que gostam.
É melhor começar agora.

5 comentários:

  1. Eu ri fácil das narrativas. muito foda, pqp. Porra, também to enfrentando uma falta foda de ter o que escrever. É um lixo isso, te entendo. Mas foda-se né, daqui a pouco passa. :D

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  2. te conheço e por isso posso falar q esta com tpm

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  3. "Martelo de Thor”? aushauhs eu ri
    mais emfim, vc realmente não é tão bom quanto Cornwell. brincadeira, para quem não tinha assunto foi um otímo post ;p massa

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