domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nostalgia ou falta de opção?


Como é difícil viver nos tempos de hoje. Eu paro pra pensar, chego à conclusão que isso é meio triste, embora não seja culpa nossa. Hoje em dia na indústria do entretenimento está tão cada vez mais raro encontrar qualquer coisa que preste que muitas pessoas estão sendo chamadas de ranzinzas ou nostálgicas em excesso.
Uma amiga minha recentemente me falou do relançamento do filme Toy Story em 3D, para promover o lançamento do terceiro filme da saga. Ao que parece, o segundo filme também será relançado. Diante disso me pergunto: onde capetas foi parar a criatividade humana?
A cada dia que passa eu fico mais desanimado quando eu entro num cinema, loja de discos ou de HQ. A quantidade de revivals, remakes e adaptações de tudo que existe ao nosso redor que estão sendo feitas atualmente é gritante. Os caras preferem pegar algo criado há anos e lançar de novo com modificações muitas vezes ridículas e que defecam em cima da história da obra, do que botar a cabeça pra pensar e bolar algo novo. E o que mais me irrita é que a maior motivação desses infelizes é encher os bolsos.
Isso me leva à minha maior crítica às HQ’s: por que, meu Deus, por que no ano de 2010 nós ainda estamos consumindo lançamentos de heróis criados há 70 e 60 anos? Por que as editoras não se esforçam pra pensar em algo novo, ao invés de ficar adaptando e adaptando os personagens tantas vezes que fica impossível defini-los ou compará-los com eles mesmos depois de certo tempo? Por que “a partir de agora, o homem-aranha será um pouco mais maligno” ao invés de “olha só, criamos esse novo anti-herói maneiro, ele é meio maligno”. E aí inventam uma porrada de baboseiras pra vender mais. Marvel Zombies, nossa, os heróis transformados em mortos-vivos! É por isso que Watchmen, por exemplo, é considerada uma das melhores HQ’S de todos os tempos. Imaginem que beleza seria se adaptassem Rorschach e comapnhia pros dias de hoje. A obra teria uma mancha de bosta do tamanho oceano atlântico. Sinceramente, eu só acho que isso não deu certo até hoje porque não apareceu nenhum quadrinista saco-roxo o suficiente pra dizer: “os heróis clássicos não serão mais publicados. Acabou, seus colecionadores de 40 anos obesos e chatos pra caralho, GET OVER IT!”. Essa é uma das grandes vantagens do mangá sobre a HQ, aliás. Os japoneses são muito mais criativos. Volta e meia rola um relançamento, uma nova edição ou o que seja, mas é infinitamente mais moderado.
No cinema e na música, é basicamente o mesmo que acontece. No caso dos filmes, como copiar a fórmula dos grandes sucessos mil e trezentas vezes por ano já não vinha mais funcionando; toma remake, toma seqüência desnecessária. E os EUA. Como eles adoram pegar um ótimo filme europeu ou asiático e refilmar na gloriosa América do Norte. Isso é subestimar o gosto do público, e inegavelmente, limitar as opções de escolha da audiência. Quando foi a última vez que você viu um filme japonês ou francês no cinema?
E na música... Como é impossível achar bandas ou artistas bons que surgem nos dias de hoje. É foda ser obrigado a ouvir os mesmos artistas há 20 anos. Mais foda ainda é quando uma banda resolve, depois de 30 anos de separação, voltar à ativa pra meia dúzia de shows. É legal para os fãs, eu reconheço, mas subir ao palco usando fralda geriátrica pra ganhar dinheiro e todo mundo ir simplesmente porque não existem bandas boas na atualidade é triste.
Não me considero chato ou ranzinza, sou apenas um cara que gosta de ter boas lembranças daquilo que ficou marcado na vida. Acho sim que Super-Homem, Star Trek e The Police têm valor e muito, pra mim e pra muitas pessoas. Mas essa adoração em excesso e irracional por parte dos fãs e a vontade de encher o orifício anal de dinheiro dos muitos interessados impedem que surjam coisas boas e novas para nos lembrarmos mais tarde. Existem exceções, obviamente, mas estas estão cada vez mais escassas. Só sei que eu não quero que meus filhos sejam criados em um mundo onde Crepúsculo, Tokio Hotel e Naruto sejam símbolos da cultura jovem moderna. Vamos botar a cabeça pra funcionar, minha gente. Não tem problema em matar alguma coisa boa (até porque na memória daqueles que lhe atribuem importância e admiração, nunca morreria), contanto que ela receba um funeral digno. Vamos evitar ter que enfiar tudo numa caixa de tomate e jogar num valão pra boiar no meio da bosta.

Veja um exemplo abaixo:
SRTEET FIGHTER É NO SUPER NINTENDO, COM RYU, KEN, CHUN-LEE E COMPANHIA! NÃO ADIANTA! DESISTAM, MERCENÁRIOS DO CACETE!

4 comentários:

  1. A amiga sou eu...\o/!

    Para falar a verdade, também tenho pensado na falta de criatividade desse povo todo!
    O que me irrita muito é Hollywood achar q sempre pode fazer melhor!(povinho de merda)

    Pegue como exemplo o filme estrangeiro "REC"!
    O que Hollywood pensou?: Podemos fazer melhor!(fail)
    Fizeram aquela coisinha chamada "Quarentena"!

    Meu Deus, meses depois!Faça-me o favor!

    A única parte boa nesta história é que verei Toy Story no cinema!

    ResponderExcluir
  2. vc errou a ordem dos nomes Ryu e Ken!!!

    o Ken sempre deve vir na frente do Ryu. SEMPRE!!!

    ResponderExcluir
  3. não, eu não tava sendo sarcástico =D

    ResponderExcluir